quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Vida jogada fora


As portas da igreja

Ela pede perdão

Com os joelhos ja sangrentos

De tanto rastejar no chao

Morte o pecado

Acção feita

Acto consumado

Criança a sofrimento sujeita


Responsablidade de dois

Sofrimento de um

O julgamento vem depois


Sofre em silencio arrependida

Não há volta a dar

Alegria magoada, ferida

Sem forma de curar

Mantém sua pena no pensamento

Pelo que fez

Ela quer pagar

Sofrer por sua vez

De forma a sua dor aliviar


Perdida em lagrimas

Pede desculpa

Querendo voltar atraz

Dizendo que nao teve culpa


De frente para o mar

Pergunta ao vento

Não há meio desta dor acabar?

Que raio de sofrimento

Está a pouco e pouco

A matar-me por dentro

A cada minuto

A cada instante

Cresce a vontade

De se fazer justiça

Castidade sã?

Não!

Cheia de malicia


Coração negro

Marcado pela dor

Esfaqueado por dentro

Sofugada pelo pavor

Que guarda

Sem sentimentos ou amor

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